segunda-feira, 19 de julho de 2010

O CASO AINDA NÃO ESTA ESCLARECIDO, DIZ A DELEGADA...

Veja o que delegada e advogado dizem sobre caso Eliza Samudio

Desaparecimento de jovem ainda não está esclarecido.
Fantástico fez as mesmas perguntas para delegada e advogado de defesa.

A morte de Eliza Samudio deixou muitas perguntas no ar. O Fantástico fez essas perguntas para a delegada que investiga o caso em Minas Gerais e para o advogado de defesa do goleiro Bruno, suspeito de envolvimento no desaparecimento da ex-amante. A delegada Alessandra Wilke diz que não há provas de que o jogador esteve no local da execução da jovem, mas que o atleta está envolvido nos fatos. O advogado de Brunor, Ércio Quaresma Firpe, afirma que não há crime enquanto não houver prova material.

Há provas de que Bruno participou do crime? Ele esteve no local?

“No local da execução, não; mas ele está envolvido em todos os fatos: desde o momento em que Eliza foi ao encontro do Macarrão e do adolescente, foi para a residência do Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, está comprovada a participação do Bruno”, diz a delegada Alessandra Wilke.

“Primeira indagação que eu faço é o seguinte: que crime? Cárcere privado? Eu não sei do que eventualmente, futuramente, o meu cliente vai se defender. Mataram uma pessoa, legal. Onde é que está o cadáver? Falar em homicídio até enquanto a polícia não tiver a prova material, não há como”, diz o advogado Ércio Quaresma Firpe.

Está comprovado que o crime aconteceu na casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos?

“Não há uma gota sequer de sangue. Você desossa uma pessoa e não vai ter sangue? Pode ter o quê? Sequestro. Pode ter o quê? Cárcere privado. Mas homicídio da forma retratada, negativo”, diz o advogado Ércio Quaresma.

“Ainda continuamos procurando e buscando evidências de Eliza naquele local; alguns materiais foram coletados naquela residência. Está dependendo de laudos periciais”, diz a delegada Alessandra Wilke.

A que atribuir as contradições no depoimento do menor?

“Cada hora ele fala uma coisa. Nunca foi assistido por advogado. Advogado nunca manipulou depoimento dele. A polícia que tem que esclarecer isso”, diz o advogado Ércio Quaresma.

“Eu atribuo a uma estratégia da defesa para conturbar as investigações, e ao próprio medo que o menor está sentindo. Quando ele narrou a figura do Bola, mostramos uma fotografia para ele, e ele ficou aterrorizado. Ele está com muito medo”, diz a delegada Alessandra Wilke.

É possível indiciar os acusados por homicídio mesmo sem o corpo? Há provas suficientes para isso?

“Com certeza. Há materialidade indireta com relação à criança, todos os depoimentos e declarações contidas nos autos, o sangue da Eliza na Land Rover, e agora, dependendo da análise pericial ao sangue que foi localizado em um colchão, no sítio do Bruno, nos remetem ao homicídio”, diz a delegada Alessandra Wilke.

“Em 20 anos de experiência, nunca me deparei com algo igual”, diz o advogado Ércio Quaresma.

“As provas estão fortes. Mas não há a possibilidade de a gente divulgar tudo o que nós temos no inquérito”, diz a delegada Alessandra Wilke.

“Conseguiram prender sem prova. Indiciar, pode. Condenar vai ser uma coisa hercúlea para eles fazerem”, diz o advogado Ércio Quaresma.

Qual a participação de cada envolvido no crime?

“Todos de alguma forma tiveram envolvimento em tudo o que ocorreu. A parcela de culpa e dolo de cada um vai ser esclarecida ao final das investigações. Já traçamos uma linha de raciocínio com relação a individualizar a conduta de cada um. Mas eu prefiro, no momento, não externar isso, e sim ao final das investigações”, diz a delegada Alessandra Wilke.

“A autoridade policial está construindo e individualizando cada situação dessa, e até agora eu não cheguei a examinar o inquérito para delimitar. No momento oportuno nós vamos saber disso, pelo menos sob a ótica da polícia; sob a ótica deles, nenhuma”, diz o advogado Ércio Quaresma.

O mesmo advogado representa vários acusados. Essa é uma estratégia para isentar Bruno do crime?

“Possivelmente isso é uma estratégia da defesa, até na questão de todos se calarem diante das perguntas”, diz a delegada Alessandra Wilke.

“Eu não vou colocar no cadafalso, na guilhotina, nenhuma cabeça para poder salvar outra. Eu não faço isso: eu sou homem e sou advogado. Isso é coisa de canalha: não me enquadre nesse rol”, diz o advogado Ércio Quaresma.

FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/07/veja-o-que-delegada-e-advogado-dizem-sobre-caso-eliza-samudio.html

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