quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SURPRESA?

Irmã de Dayanne recebe com surpresa indiciamento por morte de Eliza

Polícia Civil indiciou goleiro Bruno e outros oito suspeitos nesta quinta-feira.
Lidiane Rodrigues vai procurar advogado para pedir liberdade de Dayanne.

Lidiane é irmã de Dayane e mora na casa onde cresceu o goleiro Bruno
Lidiane é irmã de Dayane e mora na casa onde cresceu o goleiro Bruno

Uma das duas irmãs de Dayanne Rodrigues - indiciada nesta quinta-feira (29) pela morte de Eliza Samudio - disse que a família recebeu com espanto a conclusão da Polícia Civil de Minas Gerais sobre o sumiço da jovem. A mulher do goleiro Bruno foi colocada como uma das envolvidas no homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver de Eliza, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Lidiane Rodrigues, 26 anos, falou ao G1 sobre a participação de Dayanne no caso. "Acordei e fui ler o jornal. Soube do indiciamento de minha irmã logo cedo. Não acredito que isso tenha acontecido. Coloco a minha mão no fogo por ela. Não entendo o motivo para ela estar presa por tudo isso. Está errado."

Dayanne Fernandes
Dayanne é inocente, diz irmã dela

A jovem disse que vai falar com a mãe e os outros seis irmãos para saber que providência pretendem tomar após a notícia do indiciamento de Dayanne. "Vamos procurar o advogado [Ércio Quaresma]. Para mim, ele abandonou minha irmã. Está interessado apenas em defender Bruno. Ele já deveria ter tomado providências para que minha irmã saísse da penitenciária. Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para tirar minha irmã de lá. Se for o caso, trocaremos de advogado", afirmou a irmã.

Lidiane mora na mesma casa onde o jogador Bruno passou parte da infância. Ela disse que está inconformada pela quantidade de crimes que foram imputados à irmã. "Olha, para mim é muita coisa que colocaram nas costas dela. Se ela tiver participação em alguma coisa, foi por ter ficado com o bebê daquela moça [Eliza]. Sobre a morte, ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e corrupção de menores, ela é inocente, pois foi o próprio Bruno que ligou para ela, depois de tudo, para que ela ficasse com a criança."

O indiciamento
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza Samudio e encaminhou o documento, que tem cerca de 1.600 páginas e três anexos, para a Justiça, nesta sexta-feira (30). O documento deverá ser encaminhado ao Ministério Público Estadual, que terá prazo de dez dias para oferecer ou não denúncia contra os indiciados.

O goleiro Bruno de Souza foi indiciado por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. De acordo com a polícia, devem responder pelos mesmos crimes Luiz Henrique Ferreira Romão (conhecido como Macarrão), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, Dayanne Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales (primo do atleta) e Fernanda Gomes de Castro (amante do goleiro).

A polícia disse que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola e Paulista, foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Dos nove indiciados, Fernanda é a única que está em liberdade. Todos os outros estão presos na Região Metropolitana de Belo Horizonte e negam o crime.

Bruno raspou o cabelo em penitenciária e agentes queimaram o que foi cortado para evitar uso em possível exame de DNA
Bruno raspou o cabelo em penitenciária e agentes queimaram o que foi cortado para evitar uso em possível exame de DNA

Defesa dos indiciados
O advogado Ércio Quaresma, que coordena a defesa de Bruno, Macarrão, Dayanne, Flávio, Wemerson e Elenilson, disse que todos os seus clientes negam o crime. O advogado Zanone Oliveira Junior, que representa Bola, também diz que o ex-policial não teve participação.

O advogado Marco Antônio Siqueira, que defende Sales, disse que seu cliente foi apenas testemunha. Sales já disse, em depoimento, que viu Eliza machucada no sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG), e que ouviu outros suspeitos comentarem sobre a morte da jovem.

Na semana passada, Fernanda admitiu que viajou com Bruno do Rio de Janeiro até Minas Gerais, na época em que Eliza desapareceu. Ela disse que Macarrão, amigo do goleiro, acompanhou o casal. Mas afirmou que não teve contato com Eliza.

"Inquérito natimorto"
Frederico Franco, advogado que trabalha com Ércio Quaresma, disse que o inquérito é um "natimorto". “[O inquérito] não tem provas, vai nascer e vai morrer e todos irão para a rua.”

O advogado Zanone Oliveira Junior disse que já esperava o indiciamento de seu cliente, Bola, e foi irônico ao comentar a conclusão do inquérito policial. "O inquérito vai sair das mãos do [delegado] Edson Moreira, que maravilha! Demorou para isso acontecer. Agora a pressão vai diminuir e advogados vão parar de ser barrados na porta do Departamento de Investigações”, afirmou o defensor.

Marco Antônio Siqueira, que representa Sérgio Rosa Sales, reafirmou que seu cliente "não participou" dos crimes. “Eu fiquei surpreso por ele ter sido indiciado, pois tudo o que vi no depoimento é que ele não teve nenhuma conduta delitiva", comentou.

Em resposta aos advogados, a assessoria de imprensa da Polícia Civil disse que o trabalho dos delegados já foi concluído e agora a análise do inquérito deve ser feita pelo Ministério Público.

FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/07/irma-de-dayanne-recebe-com-surpresa-indiciamento-por-morte-de-eliza.html

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