quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PQ QUEREM QUE O BRUNO SEJA UM MONSTRO...

Bruno usou intervalo da Copa para matar Eliza, diz delegado

Plano teria sido iniciado um dia antes do jogo do Flamengo pelo Brasileirão.
Depoimento do menor é citado como prova da materialidade indireta do caso.

O delegado Edson Moreira afirmou, nesta sexta-feira (30), que a morte de Eliza Samudio foi premeditada pelo goleiro Bruno de Souza. Segundo Moreira, ele usou o intervalo do Campeonato Brasileiro para a Copa da África do Sul para colocar em prática o plano de matar a jovem.

Eliza desapareceu no início de junho. Ela teve um relacionamento com Bruno e tentava provar, na Justiça, que ele é pai de seu filho. Para a polícia, ela é considerada morta. O inquérito sobre o caso foi concluído nesta sexta-feira. "Foi um trabalho de aproximadamente 40 dias, cinco delegados, 20 agentes, dez peritos", diz.

Leia aqui o relatório que a Polícia Civil divulgou: página 1, página 2 e página 3

Moreira começou a entrevista com uma explicação sobre a investigação comandada por ele, com a cronologia da gravidez de Eliza e a investigação do sequestro feita pela polícia do Rio de Janeiro. O delegado afirma que a execução do plano teve início em 4 de junho, dia anterior ao último jogo do Flamengo na competição nacional.

"Bruno a leva para o Rio de Janeiro no mês de maio. Isso já é planejamento de execução", disse Moreira. "Já estava tudo previamente planejado a partir de maio. Sabiam que teria o intervalo da Copa, começa a execução do crime."

Em 4 de junho, de acordo com Moreira, Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão) e um adolescente foram ao hotel em que Eliza estava hospedada. Macarrão teria dito que a levaria para encontrar Bruno. No trajeto, o menor saiu do porta-malas e atingiu Eliza com três coronhadas na cabeça. No embate, ambos ficam feridos.

Segundo a polícia, eles foram até a casa de Bruno no Rio de Janeiro. No local, Eliza foi separada do filho, que ficou sob os cuidados de Fernanda Gomes de Castro, suposta amante do jogador. "Durante todo o tempo, o menor se comunica com Bruno, dizendo que o plano já estava em execução", afirmou Moreira.

Segundo o delegado, Eliza foi mantida em um quarto da casa até Bruno voltar da concentração do Flamengo, após o jogo contra o Goiás. Bruno, Fernanda, Eliza, o bebê, Macarrão e o menor partiram então para Minas Gerais, em dois carros.

Eles teriam parado em um motel, em Contagem (MG). Depois, Bruno e Fernanda foram buscar Sérgio Rosa Sales (primo de Bruno) em Ribeirão das Neves (MG) e retornam para o estabelecimento. "Eles efetuam o pagamento da hospedagem e vão até o sítio, onde deixam Eliza. E vão para o jogo do Time 100%, onde ficam até por volta de 2h do dia 7", afirmou Moreira.

No dia 8, Fernanda e Macarrão voltaram para o Rio de Janeiro para preparar a viagem do Time 100% e devolver um dos carros usados na viagem. "Aí está o x da questão. Fica provada a premeditação, pois todo ano o time era levado para o Rio de Janeiro. Bruno aproveitou esse lance da Copa para voltar para Minas", disse o delegado.

No dia 9, Macarrão voltou para Minas Gerais de avião. Nessa, Dayanne de Souza, mulher de Bruno, também teria ido ao sítio.

Segundo o delegado, em 10 de junho, por volta de 19h, Macarrão, o menor e Sérgio levaram Eliza, a criança e uma mala até a região da Pampulha, em Belo Horizonte, onde encontram o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Paulista.

A jovem teria sido levada até a casa de Bola, em Vespasiano (MG), onde foi executada por asfixia. Bola pediu para as pessoas saírem do recinto e, depois, voltou com um saco onde estaria o corpo de Eliza, foi ao canil e, segundo o menor, atirou uma das mãos aos cachorros.

"A criança é a prova material de que Eliza estava morta, porque ela jamais iria deixar a garantia de um futuro estável", diz Moreira.

A polícia chegou a considerar que a jovem foi morta em 9 de junho. Mas, em depoimento, a mulher de Bruno, Dayanne de Souza, disse que viu Eliza viva em 10 de junho. A partir disso, a polícia mudou a data da suposta morte.

Pai de Eliza (esq) e delegados participaram de entrevista coletiva, nesta sexta-feira
Pai de Eliza (esq) e delegados participaram de entrevista, nesta sexta-feira

Depoimento do menor
Os registros do GPS do carro de Bruno, que mostram o trajeto percorrido com Eliza já em Minas Gerais, fariam parte das provas da materialidade indireta do crime.

Amostras de sangue do menor e de Eliza no interior do veículo, que mostram que houve luta entre os dois, também são consideradas provas. O delegado também cita como pontos importantes o depoimento e a descrição feita pelo menor sobre a morte de Eliza por asfixia.

"Claro que tendo uma pessoa experiente, que conhece e sabe como matar e sumir com um corpo, vai ser difícil achar esse corpo. Por isso optamos pela materialidade indireta. O menor mudou a versão várias vezes, mas é o único que estava do início ao fim do caso. A polícia calçou cientificamente o depoimento do menor. Não tem jeito de quebrar [o depoimento do menor]. É científico e coerente", afirma Moreira.

FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/07/bruno-usou-intervalo-da-copa-para-matar-eliza-diz-delegado.html

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